O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima
10.800 novos casos de leucemia no Brasil em 2018. É um número de alerta para a
importância da conscientização sobre a doença e da doação de medula óssea — com
campanhas voltadas para esse fim, como o Fevereiro Laranja.
Conhecer a leucemia, seus sintomas e, assim,
procurar o tratamento podem aumentar as chances de cura. Além disso, a
participação das pessoas como doadoras de medula também pode significar
esperança para muitos pacientes.
Neste post vamos explicar o que é a leucemia,
seus sintomas, tratamento e a importância de campanhas como o Fevereiro
Laranja. Acompanhe!
O que é leucemia?
Leucemia é o câncer que surge nas células do
sangue e, assim, torna-se uma doença sistêmica, ou seja, não acomete apenas um
órgão, mas todo o organismo.
Os leucócitos (glóbulos brancos) começam a se
reproduzir de modo desordenado, dando início à patologia. Dessa maneira, a
produção e funcionamento de outras células sanguíneas — como as plaquetas e
hemácias — ficam prejudicadas. O que ocorre é um acúmulo de células doentes na
medula óssea, que vão tomando o lugar das células sadias.
Tipos da doença
Existem 12 tipos de leucemia, que variam de
acordo com as células atingidas e velocidade que ocorre a divisão celular. Veja
a seguir os 4 tipos primários da doença:
leucemia mieloide aguda (LMA) — atinge as
células mieloides e se desenvolve de maneira rápida — acomete adultos e
crianças;
leucemia mieloide crônica (LMC) — atinge as
células mieloides e se desenvolve devagar, sendo mais comum em adultos;
leucemia linfoide aguda (LLA) — atinge células
linfoides e se desenvolve de modo muito rápido — acomete mais as crianças
menores, mas pode ocorrer em adultos;
leucemia linfoide crônica (LLC) — atinge as
células linfoides e se desenvolve devagar — afeta, principalmente, pessoas
acima de 55 anos.
Fatores de risco
As causas da leucemia ainda são desconhecidas,
mas, segundo o Inca, a associação de alguns fatores pode elevar o risco para a
doença, como:
tabagismo;
exposição ao benzeno;
exposição à radiação ionizante;
histórico familiar;
realização de quimioterapia;
Síndrome de Down;
exposição a agrotóxicos;
alguma doenças sanguíneas.
Quais são os sintomas?
Os sintomas da leucemia são decorrentes do
acúmulo de células doentes na medula óssea, que impedem a produção e
funcionamento das células sadias. A redução dos glóbulos vermelhos, por
exemplo, causam:
anemia;
fadiga;
palidez;
falta de ar;
sonolência;
dor de cabeça.
Já a diminuição dos glóbulos brancos afeta a
imunidade, ou seja, o paciente fica mais vulnerável a infecções. A queda das
plaquetas ocasiona:
sangramentos (nasal ou gengival);
pontos roxos na pele (petéquias);
manchas arroxeadas na pele (equimoses).
Além desses sinais, a leucemia pode acarretar:
dores nos ossos e articulações;
aumento dos gânglios (ínguas) na região do
pescoço e axilas;
febre;
suores noturnos;
inchaço do baço ou fígado.
Como é feito o diagnóstico?
Quando existe a suspeita de leucemia, o
paciente deve realizar exames de sangue e ser encaminhado a um hematologista. A
confirmação pode ser feita com alteração no hemograma, que pode apontar, por
exemplo, aumento dos leucócitos associado a uma diminuição de plaquetas e
hemácias. O diagnóstico pode incluir ainda exames de bioquímica e de
coagulação.
Mielograma
Existe ainda um exame da medula óssea chamado
de mielograma, na qual é coletada uma pequena quantidade de sangue para
avaliação da forma e cromossomos das células, avaliação de mutações genéticas e
ainda do fenótipo das células.
Biópsia
Em alguns casos, torna-se necessária a
realização de uma biópsia da medula óssea, que é feita a partir de um pequeno
pedaço do osso da bacia.
Como é o tratamento?
O tratamento da leucemia varia de acordo com o
tipo da doença e tem como finalidade a destruição de células doentes para que a
medula óssea volte a funcionar normalmente. Assim, muitas vezes, é intenso e
prolongado, com riscos de anemia, infeção e sangramentos.
São realizadas sessões de quimioterapia,
controle de infecções e hemorragias, além de medidas de prevenção da doença no
cérebro e medula espinhal. Em algumas situações, a indicação é também de
transfusão de sangue, radioterapia e de transplante de medula óssea.
Qual é a importância da conscientização com o
Fevereiro Laranja?
Campanhas de conscientização sobre a doença —
como o Fevereiro Laranja — são essenciais para alertar a população sobre a
leucemia. O objetivo é levar informação sobre seus sintomas e diagnóstico e,
principalmente, mostrar a importância de as pessoas se mobilizarem para serem
doadores de medula óssea.
Quando o paciente precisa de transplante, em
primeiro lugar, é investigada a compatibilidade entre os membros da família. Em
caso de não haver ninguém compatível, é preciso recorrer ao banco de medula
óssea, que conta com a doação de voluntários.
Doação de medula óssea
É muito simples ser doador de medula óssea:
basta procurar o hemocentro de sua cidade. Lá, eles coletam 5 ml de sangue e o
voluntário assina um termo de consentimento dessa coleta.
Os dados do doador ficam armazenados em um
banco de medula e ele pode ser chamado caso algum paciente compatível esteja
precisando realizar o transplante. Nessa etapa, o doador realiza alguns exames
para averiguar as condições de saúde e vai para o hospital.
A doação pode ser feita por pulsão, em que o
paciente é internado, recebe anestesia geral e a medula óssea é retirada
diretamente do osso da bacia com uma agulha; ou por aférese, em que ele recebe
uma medicação para a produção de células sadias e é feita uma doação de sangue,
não sendo necessária internação.
O médico decide sobre qual é o melhor método
para a doação de acordo com as necessidades do receptor.
Os requisitos para ser doador de medula óssea
são:
idade entre 18 e 55 anos;
ter boas condições de saúde;
não apresentar câncer, doença no sangue, no
sistema imunológico ou ainda doença infecciosa ou incapacitante.
A população precisa se conscientizar sobre a
leucemia e a necessidade de se aumentar o número de doadores de medula óssea no
Brasil. Por isso, são necessárias campanhas, como o Fevereiro Laranja, para que
a doença, seus sintomas e formas de tratamento se tornem mais conhecidos.
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