sábado, 20 de fevereiro de 2021

ENTENDA A CAMPANHA FEVEREIRO LARANJA!


O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima 10.800 novos casos de leucemia no Brasil em 2018. É um número de alerta para a importância da conscientização sobre a doença e da doação de medula óssea — com campanhas voltadas para esse fim, como o Fevereiro Laranja.

 

Conhecer a leucemia, seus sintomas e, assim, procurar o tratamento podem aumentar as chances de cura. Além disso, a participação das pessoas como doadoras de medula também pode significar esperança para muitos pacientes.

 

Neste post vamos explicar o que é a leucemia, seus sintomas, tratamento e a importância de campanhas como o Fevereiro Laranja. Acompanhe!

 

O que é leucemia?

Leucemia é o câncer que surge nas células do sangue e, assim, torna-se uma doença sistêmica, ou seja, não acomete apenas um órgão, mas todo o organismo.

 

Os leucócitos (glóbulos brancos) começam a se reproduzir de modo desordenado, dando início à patologia. Dessa maneira, a produção e funcionamento de outras células sanguíneas — como as plaquetas e hemácias — ficam prejudicadas. O que ocorre é um acúmulo de células doentes na medula óssea, que vão tomando o lugar das células sadias.

 

Tipos da doença

Existem 12 tipos de leucemia, que variam de acordo com as células atingidas e velocidade que ocorre a divisão celular. Veja a seguir os 4 tipos primários da doença:

 

leucemia mieloide aguda (LMA) — atinge as células mieloides e se desenvolve de maneira rápida — acomete adultos e crianças;

leucemia mieloide crônica (LMC) — atinge as células mieloides e se desenvolve devagar, sendo mais comum em adultos;

leucemia linfoide aguda (LLA) — atinge células linfoides e se desenvolve de modo muito rápido — acomete mais as crianças menores, mas pode ocorrer em adultos;

leucemia linfoide crônica (LLC) — atinge as células linfoides e se desenvolve devagar — afeta, principalmente, pessoas acima de 55 anos.

Fatores de risco

As causas da leucemia ainda são desconhecidas, mas, segundo o Inca, a associação de alguns fatores pode elevar o risco para a doença, como:

 

tabagismo;

exposição ao benzeno;

exposição à radiação ionizante;

histórico familiar;

realização de quimioterapia;

Síndrome de Down;

exposição a agrotóxicos;

alguma doenças sanguíneas.

Quais são os sintomas?

Os sintomas da leucemia são decorrentes do acúmulo de células doentes na medula óssea, que impedem a produção e funcionamento das células sadias. A redução dos glóbulos vermelhos, por exemplo, causam:

 

anemia;

fadiga;

palidez;

falta de ar;

sonolência;

dor de cabeça.

Já a diminuição dos glóbulos brancos afeta a imunidade, ou seja, o paciente fica mais vulnerável a infecções. A queda das plaquetas ocasiona:

 

sangramentos (nasal ou gengival);

pontos roxos na pele (petéquias);

manchas arroxeadas na pele (equimoses).

Além desses sinais, a leucemia pode acarretar:

 

dores nos ossos e articulações;

aumento dos gânglios (ínguas) na região do pescoço e axilas;

febre;

suores noturnos;

inchaço do baço ou fígado.

Como é feito o diagnóstico?

Quando existe a suspeita de leucemia, o paciente deve realizar exames de sangue e ser encaminhado a um hematologista. A confirmação pode ser feita com alteração no hemograma, que pode apontar, por exemplo, aumento dos leucócitos associado a uma diminuição de plaquetas e hemácias. O diagnóstico pode incluir ainda exames de bioquímica e de coagulação.

 

Mielograma

Existe ainda um exame da medula óssea chamado de mielograma, na qual é coletada uma pequena quantidade de sangue para avaliação da forma e cromossomos das células, avaliação de mutações genéticas e ainda do fenótipo das células.

 

Biópsia

Em alguns casos, torna-se necessária a realização de uma biópsia da medula óssea, que é feita a partir de um pequeno pedaço do osso da bacia.

 

Como é o tratamento?

O tratamento da leucemia varia de acordo com o tipo da doença e tem como finalidade a destruição de células doentes para que a medula óssea volte a funcionar normalmente. Assim, muitas vezes, é intenso e prolongado, com riscos de anemia, infeção e sangramentos.

 

São realizadas sessões de quimioterapia, controle de infecções e hemorragias, além de medidas de prevenção da doença no cérebro e medula espinhal. Em algumas situações, a indicação é também de transfusão de sangue, radioterapia e de transplante de medula óssea.

 

Qual é a importância da conscientização com o Fevereiro Laranja?

Campanhas de conscientização sobre a doença — como o Fevereiro Laranja — são essenciais para alertar a população sobre a leucemia. O objetivo é levar informação sobre seus sintomas e diagnóstico e, principalmente, mostrar a importância de as pessoas se mobilizarem para serem doadores de medula óssea.

 

Quando o paciente precisa de transplante, em primeiro lugar, é investigada a compatibilidade entre os membros da família. Em caso de não haver ninguém compatível, é preciso recorrer ao banco de medula óssea, que conta com a doação de voluntários.

 

Doação de medula óssea

É muito simples ser doador de medula óssea: basta procurar o hemocentro de sua cidade. Lá, eles coletam 5 ml de sangue e o voluntário assina um termo de consentimento dessa coleta.

 

Os dados do doador ficam armazenados em um banco de medula e ele pode ser chamado caso algum paciente compatível esteja precisando realizar o transplante. Nessa etapa, o doador realiza alguns exames para averiguar as condições de saúde e vai para o hospital.

 

A doação pode ser feita por pulsão, em que o paciente é internado, recebe anestesia geral e a medula óssea é retirada diretamente do osso da bacia com uma agulha; ou por aférese, em que ele recebe uma medicação para a produção de células sadias e é feita uma doação de sangue, não sendo necessária internação.

 

O médico decide sobre qual é o melhor método para a doação de acordo com as necessidades do receptor.

 

Os requisitos para ser doador de medula óssea são:

 

idade entre 18 e 55 anos;

ter boas condições de saúde;

não apresentar câncer, doença no sangue, no sistema imunológico ou ainda doença infecciosa ou incapacitante.

A população precisa se conscientizar sobre a leucemia e a necessidade de se aumentar o número de doadores de medula óssea no Brasil. Por isso, são necessárias campanhas, como o Fevereiro Laranja, para que a doença, seus sintomas e formas de tratamento se tornem mais conhecidos.


 

PORQUE FEVEREIRO ROXO?


Os últimos anos, alguns meses vêm sendo associados a cores, já reparou? Começou com o Outubro Rosa, continuou com o Novembro Azul e, depois, vários outros surgiram. As cores são símbolos de campanhas de conscientização sobre doenças.

 

Isso porque a maioria dessas condições (como o câncer de mama, no caso do Outubro Rosa, e o câncer de próstata, do Novembro Azul) envolve doenças graves, que podem ser tratadas mais facilmente quando identificadas em um estágio inicial.

 

Recentemente, foi instituído o Fevereiro Roxo, mês da conscientização sobre Lúpus, Fibromialgia e Alzheimer. Quer conhecer um pouco mais sobre esses quadros e a importante campanha? Confira o conteúdo que preparamos sobre o assunto!

 

O que é o Lúpus?

O Lúpus Eritematoso Sistêmico é uma doença autoimune, ou seja, ocorre quando o próprio sistema imunológico de uma pessoa passa a atacar órgãos e tecidos do corpo (como se eles fossem invasores externos). Pouco se sabe sobre a origem das doenças autoimunes. Elas são crônicas, porém o tratamento adequado é indispensável para mantê-las sob controle e reduzir os sintomas — que podem ser extremamente dolorosos.

 

O Lúpus ganhou mais visibilidade após duas artistas muito famosas, Selena Gomez e Lady Gaga, revelarem que sofrem com a doença. A primeira passou por um transplante de rim, enquanto a segunda é mostrada no documentário Gaga: Five Foot Two, sofrendo com intensas dores nas articulações em decorrência dessa condição.

 

O Lúpus Discóide é uma versão um pouco mais branda da doença, que afeta somente a pele. Seu principal sintoma é o surgimento de uma lesão avermelhada no rosto, na nuca e no couro cabeludo.

 

Em que consiste a Fibromialgia?

A Fibromialgia é uma síndrome ainda pouco conhecida, cujos principais sintomas são:

 

dor generalizada;

fadiga;

dificuldades cognitivas (problemas de concentração, perda de memória etc);

formigamento nas extremidades do corpo (mãos e pés).

Como todos os sinais acima são problemas relativamente comuns, acredita-se que a doença seja subnotificada. As dores da fibromialgia são constantes e costumam durar cerca de três meses a cada vez. A pessoa afetada nota uma redução em sua capacidade de se exercitar, justamente devido às dores e à fadiga. Ela também passa a sofrer com problemas de sono, como insônia e apneia, muitas vezes apresentando quadros de depressão.

 

A maioria dos portadores é composta por mulheres entre 30 e 60 anos de idade, mas a síndrome pode surgir mais cedo, inclusive na infância e na adolescência. Sabe-se que há fatores genéticos envolvidos, ou seja, quem tem um familiar com Fibromialgia é mais propenso a apresentar a doença.

 

Como a doença de Alzheimer se caracteriza?

Descrita pela primeira vez em 1906, pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer, a doença de Alzheimer é neurodegenerativa. Os principais sintomas são a falta de coerência na fala e a perda da memória recente: o paciente se lembra de fatos de muitos anos atrás, mas não sabe dizer sobre coisas que fez hoje.

 

O Alzheimer está associado à idade avançada, porém pode surgir de forma prematura, especialmente em pessoas com casos semelhantes na família. A doença é a principal causa de demência e leva o paciente a depender de ajuda para realizar tarefas básicas.

 

A capacidade de atenção, aprendizado e convívio social fica seriamente afetada, sendo que o quadro é incurável. Entretanto, é possível fazer um tratamento terapêutico e medicamentoso para retardar os efeitos mais graves, principalmente quando a detecção ocorre ainda no estágio inicial.

 

Quem tem familiares idosos ou pessoas de meia-idade com casos de Alzheimer na família deve ficar atento quanto a problemas de linguagem, esquecimento de fatos recentes, confusão com horário e dia da semana ou desorientação em lugares conhecidos.

 

Qual é a importância do Fevereiro Roxo?

Como você pode notar, o Lúpus, a Fibromialgia e a doença de Alzheimer são três condições bem diferentes entre si, mas apresentam um ponto em comum: são incuráveis. Portanto, todas devem ser identificadas nos estágios iniciais para que seus sintomas sejam controlados ou retardados.

 

Por isso, o Fevereiro Roxo é uma campanha de conscientização promovida para incentivar o diagnóstico precoce. O objetivo é permitir que os pacientes tenham uma maior qualidade de vida mesmo convivendo com alguma dessas condições. Além disso, todas as três doenças apresentam sintomas iniciais que são relativamente inofensivos. Na maioria dos casos, o único sinal visível do Lúpus é a vermelhidão na pele, por exemplo.

 

O problema é ainda maior com a Fibromialgia, pois a fadiga e os problemas relacionados ao sono quase sempre são atribuídos ao estresse do dia a dia. Mesmo quando o paciente procura por um médico, muitas vezes acaba recebendo somente tratamentos para o cansaço, como suplementos vitamínicos, recomendação de se exercitar mais etc.

 

Quanto ao Alzheimer, a confusão mental e a perda da memória geralmente são atribuídas à idade avançada. Mas é importante lembrar que, na velhice saudável, o normal é a pessoa se esquecer de fatos triviais, mas continuar com aqueles que são marcantes na memória. Já o paciente com Alzheimer pode se lembrar de acontecimentos banais de sua infância e juventude, mas se esquecer de episódios importantes do último ano.

 

Quando o Fevereiro Roxo foi criado?

A campanha do Fevereiro Roxo foi criada em 2014, na cidade de Uberlândia (Minas Gerais). Seu lema é: “se não houver cura, que ao menos haja conforto”, aludindo à importância de proporcionar bem-estar aos portadores de doenças crônicas. Não existe um calendário oficial de conscientização. O trabalho geralmente é feito por ONGs e, muitas vezes, apoiado por prefeituras e governos estaduais, que promovem palestras, ações de informação sobre as doenças e até mutirões de saúde.

 

Essas medidas são importantes porque, além de darem visibilidade às doenças e a seus sintomas, incentivam que aqueles que suspeitam de algum problema procurem por um diagnóstico. O uso de lacinhos coloridos, inspirado nas ações de conscientização do câncer de mama, é uma forma alegre e de forte apelo visual para chamar atenção sobre a importância de conhecer e diagnosticar tais quadros.